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WALTER BENJAMIN

Walter-Benjamin

WALTER BENJAMIN

Walter Benjamin foi filósofo, ensaísta, tradutor e crítico literário alemão.

É considerado um dos maiores pensadores do século XX e principal responsável por uma concepção dialética e não evolucionista da história.

Suas temáticas favoritas incluem assuntos literários, da arte e suas técnicas, bem como a estrutura social.

Apesar de ficarem restritos a alguns círculos intelectuais, os textos de Benjamin tiveram uma boa acolhida na “Escola de Frankfurt”.

Ali, ele fez amigos, dentre eles, Theodor Adorno, responsável pela publicação póstuma de suas obras.

Walter foi influenciado grandemente pelo romantismo alemão e pelo marxismo. Contudo, a religião judaica também foi preponderante.

Ele foi capaz de fundir aqueles fatores numa visão qualitativa do tempo. Isso, baseando-a na rememoração e na ruptura revolucionária com a continuidade temporal, ao contrário daquela visão linear e quantitativa.

Vale ressaltar que, apesar de ser considerado um marxista pelos seus críticos, Benjamin destoa muito daquilo que era produzido por seus contemporâneos.

Sua admiração pela cultura judaica foi caracterizada pelo rechaço às ideologias nacionalistas. Isso permitiu a Walter Benjamin um maior afastamento e estranhamento em relação à crise que estava por vir.

Por esse motivo, ele foi alvo do regime nazista anti-semita e, apesar do alinhamento ideológico claramente de esquerda, nunca se filiou ao Partido Comunista.

Biografia

Walter Benjamin

Walter Benedix Schönflies Benjamin nasceu no dia 15 de julho de 1892, em Berlim, numa família de comerciantes judeus.

Seu pai era Emil Benjamin e sua mãe, Paula Schönflies Benjamin. Ainda na adolescência, Benjamin alinhou-se aos ideais socialistas.

Em 1917, casa-se com Dora Sophie Pollak e emigra para Berna (Suíça) para fugir do alistamento no exército alemão.

Neste ano, nasce seu único filho, Stephan. Dois anos mais tarde, em 1919, se torna doutor pela Universidade Berna.

Walter volta para Berlim em 1920, quando começam suas dificuldades financeiras. A situação piora quando sua tese de livre docência é rejeitada pelo Departamento de Estética da Universidade de Frankfurt, em 1925.

Ganhando a vida como escritor freelancer, Walter viaja para Moscou em 1926, quando se desilude com o socialismo.

A partir de 1933, comunistas e judeus em território alemão passam a ser alvos do regime nazista. Isso levou o pensador a se refugiar na Itália entre 1934 e 1935.

Nesse ínterim, torna-se bolsista do Instituto de Pesquisa Social (Escola de Frankfurt), do qual passa a ser colaborador regular.

Em 1935, Benjamin exila-se em Paris até sua morte. Entre 1936 e 1940, o autor irá desenvolver sua visão da história.

No ano de 1939, Walter Benjamin é aprisionado junto a outros milhares de alemães na França, mas consegue fugir graças ao auxílio de amigos.

Contudo, é recapturado nos Pirineus enquanto tentava fugir ilegalmente em 1940. Inconformado, suicida-se com uma dose letal de morfina em 26 de setembro de 1940, na cidade espanhola de Portbou.

Principais Ideias

Vale ressaltar que a obra de Walter Benjamin possui duas fases. Uma fase de juventude, caracterizada pelo idealismo e outra, mais madura, onde se apresenta imagens utópicas e revolucionárias de forma mais materialista.

É importante frisar também que Benjamin não elaborou nenhum sistema filosófico. Seu objetivo foi o de radicalizar a oposição entre a análise marxista e as filosofias burguesas da história.

Ele considerava essas filosofias responsáveis pelo historicismo identificado com as classes dominantes, em detrimento do ponto de vista dos vencidos. Lembrando que vencido e vencedor só podem ser entendidos dentro do contexto da luta de classes.

Desse modo, o materialismo histórico de Benjamin substituiu a ideologia de progresso (evolucionismo darwinista; determinismo científico, etc).

Sua visão atacava aquela concepção de evolução automática e contínua da civilização, considerada por ele como uma catástrofe contínua da história.

Seu pessimismo em relação às catástrofes geradas pelo otimismo sem consciência da ideologia do progresso linear são muito justificáveis e até messiânicos. Isso tudo, tendo em vista os desastres que seguiram a ascensão do nazismo na Alemanha.

A obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica

Vale citar outro pensamento muito importante deste autor; a saber: o conceito de “aura” nas obras de arte.

Em seu famoso ensaio “A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica” Benjamin explica que a produção artística é rodeada por uma “aura”. Ela simboliza a singularidade da própria obra.

Por sua vez, ao reproduzir tecnicamente essas obras, gerando cópias dela, dilui-se esta aura e perde-se o valor artístico das obras de arte.

Contudo, apesar deste risco, Benjamin também via com olhos otimistas essa possibilidade. Assim, ele acreditava que este seria um caminho possível para o contato das massas com a arte.

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