BC INFORMOU QUE SETOR PÚBLICO TEVE DÉFICIT PRIMÁRIO
O setor público consolidado brasileiro registrou em novembro um déficit primário de 18,1 bilhões de reais, informou o Banco Central nesta quarta-feira, em dado mais em linha com os saldos observados antes da pandemia da Covid-19.
No mês, o governo central (governo federal, BC e Previdência) marcou um déficit de 20,4 bilhões de reais, um pouco acima do rombo de 18,2 bilhões de reais registrado no mesmo mês de 2019.
Enquanto isso, Estados e municípios tiveram superávit de 2,3 bilhões de reais e as empresas estatais, déficit de 87 milhões de reais.
Em meados do ano, o rombo primário do setor público chegou a superar 188 bilhões de reais em um único mês sob o impacto das medidas de enfrentamento ao impacto econômico da pandemia e também do adiamento do pagamento de impostos autorizado pelo governo.
Essas despesas estão em queda e os impostos diferidos estão sendo pagos pelas empresas o que tem contribuído para reduzir os déficits –em outubro, o setor público chegou a ter um superávit primário.
Considerando também as despesas com juros –que caíram de forma expressiva em novembro refletindo ganhos de 25,3 bilhões de reais do Banco Central com os contratos de swap em mês de valorização do real–, o país teve um déficit nominal de 20,1 bilhões de reais em novembro.
No acumulado em 12 meses, o rombo primário equivale a 8,9% do PIB.
Na semana passada, o Ministério da Economia disse esperar um rombo primário de 844,2 bilhões de reais, ou 11,7% do PIB, para o ano, recorde histórico, mas um pouco abaixo do estimado anteriormente. O Tesouro Nacional apontou nesta terça-feira que o déficit está sendo positivamente afetado pelo alto volume de recursos empoçados, de quase 35 bilhões de reais.
O chamado empoçamento ocorre quando recursos são liberados para pagamento, mas não são executados pelos ministérios por uma série de amarras e vinculações.
Em novembro do ano passado, o setor público teve um déficit primário de 15,3 bilhões de reais.
DÍVIDA
A dívida pública bruta ficou em 88,1% do Produto Interno Bruto em novembro, enquanto a dívida líquida alcançou 61,4% do PIB, maior patamar da história.
O BC informou que atualizou suas séries fiscais referenciadas ao PIB após a revisão recente das séries do PIB nominal pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o dado da relação da dívida bruta/PIB para outubro, por exemplo, passou a 59,9% do PIB, ante 61,2% informado anteriormente. A relação dívida líquida/PIB do mesmo mês passou a 88,8% (90,7% antes).
Em novembro, a dívida bruta foi beneficiada pela valorização cambial, que reduziu o valor em reais das obrigações do país referenciadas em dólar. A dívida líquida, por outro lado, aumentou com a redução do valor em reais das reservas internacionais.
Fonte: Reuters
Imagem: Prédio do BC em Brasília 2/9/2020 REUTERS/Adriano Machado