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INTERCÂMBIO E A PANDEMIA

Intercâmbio

INTERCÂMBIO E A PANDEMIA

Intercâmbio e pandemia

Estou hoje aqui para falar com vocês, de forma resumida, sobre o panorama geral dos intercâmbios nesses tempos de pandemia: o que aconteceu, o que está acontecendo e o que achamos que vai acontecer.

O que aconteceu com quem estava no intercâmbio:

• As aulas nas escolas (ensino médio e escolas de línguas) ficaram online desde a segunda metade de março;
• Os alunos se adaptaram. Uns decidiram voltar e fazer aula online daqui do Brasil por conta da ameaça das interrupções dos voos, ou por conta de aconselhamento da família daqui e de lá ou escola de lá e até para economizar com acomodação; outros, que tinham visto válido e, na impossibilidade de embarcar por causa da interrupção das companhias aéreas, continuaram online no país do intercâmbio;
• os intercambiários relataram que os laços entre eles e a família hospedeira ficaram muito fortalecidos. Teve quem reclamou do estresse pois a convivência no tanto que foi exigida teve dias bons, dias com uns arranca-rabos entre irmãos, mas entenderam que isso se tem na família de sangue também;
• os estudantes que estavam em colleges ou universidades do exterior, nos meses de férias de Julho e Agosto, que tinham visto válido, em vez de vir passar férias aqui, ficaram por lá mesmo, aguardando o reinício do outro semestre/ano letivo em setembro e já estão em aula presencial, ou híbrido e alguns continuam online ainda;
• E sobre as formaturas em junho, teve formatura virtual, formatura em drive-thru;
• Mas também aconteceram surpresas boas: teve quem conheceu namorada nos trabalhos voluntários da pandemia no exterior;
• Os estudantes em países que tem aquele tipo de visto de estudante que permite trabalhar durante o intercâmbio, como, por exemplo, Austrália e Irlanda chegaram a receber ajuda de custo dos governos por conta da redução das horas de trabalho. Alguns países também prorrogaram o tempo dos vistos dos estudantes automaticamente, como, por exemplo, Irlanda e Nova Zelândia;
• As atitudes de empatia e solidariedade foram tantas com nossos estudantes no exterior, que parecia algo falando “aguenta firme que estamos aqui”.

O que aconteceu com quem deveria ter embarcado:
• Conversamos com um a um, colocamos os fatos, as possibilidades diante de tantas restrições nacionais e internacionais e demos liberdade para os pais e estudantes decidirem e todos decidiram pelo adiamento. Não tivemos cancelamentos;
• Devido fronteiras fechadas, consulados fechados, companhias aéreas que interromperam atividades, os estudantes não embarcaram e decidiram adiar para 2021.

O que está acontecendo agora:
• Apesar da insegurança em fazer a inscrição e dar início ao planejamento do tão sonhado intercâmbio, aliado a instabilidade da moeda, as inscrições têm acontecido de forma mais cautelosa, mesmo com a procura por intercâmbio ter aumentado consideravelmente durante a pandemia;
• As escolas no exterior estão presenciais ou no modo híbrido. Poucas escolas decidiram por continuar online até final de 2020;
Ainda falando em dias atuais, com relação aos destinos de idioma inglês, uma breve atualização seria:
• Irlanda e Inglaterra: as fronteiras estão abertas a brasileiros e os estudantes estão embarcando e estão sendo admitidos no país desde que tenham um plano de quarentena. As famílias hospedeiras estão sendo orientadas de como dar suporte no início do intercâmbio, principalmente no período de quarentena que é um período que vai exigir bastante do estudante, ou seja, existirá um coincidência de choque cultural com quarentena e existe uma preocupação e um procedimento sendo adotado pelas escolas e famílias para minimizar o efeito deste período;
• Canadá: no próximo dia 20/10, o governo do Canadá promete divulgar uma lista com as instituições aptas a receber estrangeiros nesta fase. Também no mesmo dia, abre as fronteiras e acreditamos que esta abertura incluirá os brasileiros. Atualmente, o Consulado Canadense está emitindo visto em duas etapas. Na primeira etapa, o estudante, ao entregar a documentação, recebe uma espécie de “pré-visto”. O segundo passo seria agendamento da biometria e aí a definição por parte do consulado em conceder ou não o visto ao solicitante. Hoje, a segunda etapa dos vistos não está acontecendo e acreditamos que isto mude a partir do dia 20;
• Estados Unidos: as fronteiras permanecem fechadas para voos partindo do Brasil. Se tiver um visto de estudante, é possível cumprir quarentena no México e entrar nos EUA por alguns poucos aeroportos. Os Consulados Americanos permanecem fechados no Brasil. Até é possível agendar a entrevista, mas as entrevistas tem sido canceladas, mês após mês e não acontecem;
• Austrália fronteiras permanecem fechadas e sem uma data definida para reabertura;
• Nova Zelândia que antes dizia que só abriria em abril/2021, agora está se preparando para antecipar a abertura
• Existe uma pressão das companhias aéreas pela abertura das fronteiras, com um comprometimento de teste de covid pré-embarque. As companhias aéreas estão tentando voltar a operar antes que o setor entre em colapso;

Como será o futuro?
• Qualquer previsão de futuro é incerta, é como tentar adivinhar o futuro. No entanto, podemos dizer o que acreditamos que pode acontecer baseado em experiências e fatos;
• Temos procura e temos estudantes se inscrevendo para embarque em Janeiro para o que é possível embarcar. Hoje, para embarque imediato, nos sentimos encorajados apenas a oferecer destinos como Inglaterra e Irlanda;
• Estamos aceitando inscrições para embarque em 2021 e 2022. Os estudantes estão se inscrevendo na esperança de que até o embarque esteja tudo resolvido de um jeito ou de outro, seja com vacina, pré-teste e ou reabertura de fronteiras e consulados;
• As escolas no exterior estão praticando bons descontos e vantagens como iniciar online aqui enquanto aguarda embarque. Exemplo: escolas da Inglaterra oferecendo duas semanas grátis online enquanto o aluno cumpre o período de quarentena no país;
• Acreditamos que existirá uma colaboração internacional para reabertura das fronteiras e consulados, mesmo porque em alguns países, muitas instituições de ensinos públicas dependem da arrecadação que vem do estudante de intercâmbio.

O que podemos concluir disso tudo?
• Acredita-se que todos que deixaram de viajar e adiaram retomem os planos no ano que vem. Junta-se a isso, todos os inscritos que estão esperando embarque e que não puderam embarcar em 2020. Por conta disso, alguns programas (como o high School) sofreram redução de vagas para o ano que vem;
• E importante entender que o que regula o mercado é oferta e procura. Hoje temos bons preços do exterior e boas condições de parcelamento;
• E as condições financeiras não serão as mesmas para as inscrições que acontecerem no próximo ano;
• Se você é um dos estudantes que pretende fazer um intercâmbio pode estar se perguntando se já é a hora de retomar os planos;
• Então, sim, este é um bom momento para se inscrever no seu sonhado intercâmbio, por conta dos valores atraentes e da flexibilidade dos contratos. E se for necessário adiar, por conta de coisas que fogem ao nosso controle, como, por exemplo, fechamento de fronteiras e consulados, é possível ajustar datas. E aí é que existe a vantagem, pois os preços serão os do dia da inscrição;
• A partir do início do ano que vem, os preços serão reajustados por conta de uma demanda que vinha represada e mesmo porque as instituições de ensino do exterior precisarão recuperar as perdas, ter caixa e pagar as contas;
• Nossa crença absoluta é que, quando houver sinalização de abertura de fronteiras, teremos de gerenciar oferta. Hoje estamos gerenciando demanda;
• Atualmente, intercâmbio é parte da formação profissional. É um investimento em si e na carreira e integra o projeto de vida das pessoas que podem adiar, mas que não desistirão desse sonho. A pandemia não precisa ser um momento de paralisia para a formação profissional, ao contrário, o momento pode e deve ser estimulante;
• E se fica uma lição disso tudo, é que cada vez mais seremos exigidos como seres humanos, em empatia, em tolerância, em inteligência emocional, em criatividade, em compaixão, na habilidade de se reinventar e o intercâmbio tem um importante papel como acelerador dessas habilidades;
• As restrições que ainda temos, em algum momento deixarão de existir.

Eu, Pê, sempre fui uma otimista e tenho certeza de que vamos vencer mais essa crise, nos adaptar a nova realidade e tirar disso os melhores aprendizados.

Texto: Perpétua Devite
Diretora da FYI Intercâmbio

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