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AS VÁRIAS FASES DE UM PROGRAMA DE INTERCÂMBIO E O HOMESICK

Intercâmbio

AS VÁRIAS FASES DE UM PROGRAMA DE INTERCÂMBIO E O HOMESICK

AS VÁRIAS FASES DE UM PROGRAMA DE INTERCÂMBIO E O HOMESICK

Quem decide ir para um intercâmbio passa por várias fases:

FASE PROCURANDO NÃO ACHAR – essa é fase da decisão de ir para o intercâmbio e a inscrição.
Decidir qual programa fazer, com qual agência, pra onde ir, quando, o objetivo que se deseja alcançar, o ajuste dos desejos ao que se pode pagar, o ajuste do que você deseja com o que desejam pra você e assim por diante. Depois disso vem toda a parte burocrática de preenchimento dos papéis, entrevistas, testes, documentos, mas que são indispensáveis e extremamente importantes para todo o restante do seu intercâmbio. Muita coisa do que acontece com você, antes, durante e/ou depois do seu intercâmbio é pura e simplesmente a consequência dos seus atos nesta fase.

E tem toda uma parte de preparação esta parte é essencial para uma experiência bem sucedida. Quanto mais expectativas realistas você tiver sobre o seu programa, menos sofrerá com o choque cultural e para isso vale conversar com quem já foi, ler livros, blogs e matérias sobre o assunto, assistir conteúdos sobre os hábitos, cultura, e a história do lugar para onde você vai, participar das reuniões de orientação promovidas pela sua agência, etc.
No entanto, é preciso ter cuidado e filtrar as informações que lhe forem passadas, note que a falta de preparo e informação podem trazer consequências sérias e desagradaveis para um intercambista, além disso lembre-se que histórias tem vários lados e você terá acesso apenas ao lado de quem está relatando aquela experiência.

FASE DO ESTRANHO NO NINHO – Essa é a fase em que a ansiedade vai tomando conta de tudo e o comportamento muda muito antes de embarcar.
Você que vai para o intercâmbio nem percebe, mas quem convive com você vai percebendo sua mudança, você não tem noção do tanto que você fica chato. (Desculpa por isso!!!).
De repente o adolescente, candidato ao programa de high school, que nunca nem soube aonde era a feira aos domingos, mas do nada, um belo domingo de sol, decide acompanhar os pais a feira e ajudá-los com as compras; ninguém entende nada!
Ou ainda, o adolescente sempre em pé de guerra com os irmãos começa a perguntar para os outros irmãos o que eles vão fazer na sua ausência, se sentirão saudades, etc. Tem quem antes nem gostava de abraço e agora fica mais sentimental, começa a ver mais fotos e passar mais tempo procurando por recordações da vida em família, e claro: tem quem começa fazer chantagem emocional com os pais, com namorado(a), amigos e pessoas queridas…

Enfim, sabe qual o meu conselho pra você? Aproveita que você está fase mais sensível e grude muito nas pessoas que você gosta e que vai sentir falta: beija, abraça, deita no colo, passeia junto, conversa, ri muito, faz aquela comida especial, cante junto aquela música que vocês adoram e embarque cheio de lembranças boas de momentos incríveis, pra sentir saudade dessa lembrança boa. Combinado?

FASE PARTIDA E CHEGADA – Nesta fase é hora, principalmente de preparar a sua despedida do Brasil. 

A despedida vale muito a pena: é coração numa mão e documento na outra.

Planejar e organizar uma despedida vale a pena porque é uma forma de consideração com quem está ficando, de ter boas lembranças quando a saudade apertar e é uma forma de estar ao mesmo tempo com todos que você gosta. Então viva essa fase com tudo o que tem direito, faça a festa, faça mesmo. Alugue uma van para levar seus amigos para o aeroporto pra se despedir de você, tire muitas fotos e aproveite este momento ao máximo.

E vale a pena lembrar que quem fica também vai um pouco: torce junto, se preocupa, vibra se emociona e claro, vale chorar, mas de emoção.

Você já imaginou a sua chegada no seu país de destino? Como você acha que será?
O comum o futuro intercambiário imaginar que toda a ansiosa família hospedeira estará esperando por ele no aeroporto, e que ele será recebido com abraços e beijos, que todos serão prestativos e farão perguntas gentis para que se sinta em casa e a vontade, que eles exibirão você como um troféu pela cidade, aos amigos e parentes e que talvez você vire uma estrela. Então, vamos voltar pra realidade: você está chegando no país do seu intercâmbio e não convém fazer planos pra sua chegada lá, simplesmente deixe acontecer.

É a partir da sua chegada que tudo muda e uma nova fase começa.

FASE DO CHOQUE CULTURAL – Nesta fase compara-se tudo entre a sua antiga e a sua nova vida.

Nós já tratamos aqui nos posts passados sobre este item isoladamente e nos aprofundamos nele, então neste post falaremos apenas como uma das fases do programa.

Durante as primeiras semanas certamente você passará por um choque cultural, isso significa que você terá opiniões negativas de muitas coisas, tudo que sonhou antes do seu embarque parece não ser nada interessante. O choque cultural finalmente passa quando você percebe que encontrou o seu próprio jeito de fazer as coisas, você inventou uma nova forma de fazer coisas que antes fazia, você tem uma outra visão sobre um monte de outras coisas, se ajustou a esta nova cultura e esse seu jeito é somente “um jeito” entre muitos outros diferentes.
Você viu que é capaz de se adaptar adequadamente a novas situações.

FASE DO HOMESICK – essa fase sempre acontece, mas nem sempre dá pra dizer quando ela vai acontecer.

Alguns estudantes tem homesick logo que chegam, outros depois de 2 meses de programa, outros estudantes tem perto de datas importantes, como Natal, Dia das Mães, por exemplo, outros depois de mais de 6 meses de programa e outros na última semana de programa.

É raro encontrar um estudante que tenha ido para um intercâmbio de longa duração e que não tenha passado por essa fase. O Homesick na versão mais simples significa doente de saudade de casa e a forma de homesick mais difícil de lidar, é aquela que vem junto com o choque cultural logo na chegada e nos primeiros dias de programa, pois você já está lidando com o choque e lidar com a saudade e a falta das pessoas que você ama ao mesmo tempo vai exigir bastante determinação e vontade de ficar ali.

É o mais difícil de lidar também porque você ainda não conhece muita gente, lugares, ainda não conquistou a confiança das pessoas, não estabeleu sua rotina e ainda se sente um peixe fora d’agua.

O primeiro mês é o mês de descoberta, novidades, excitação, ansiedade, insegurança, medo, é o mês de perder o sono, de chorar escondido com o travesseiro.

E aqui o que mais vale é falar sobre o que está sentindo e pedir ajuda, por isso contar com o apoio de um profissional de psicologia durante o programa faz toda a diferença.

O homesick mais “chatinho” é aquele que acontece quando você está há mais ou menos dois meses no programa e tem a impressão que já viu e já fez tudo o que tinha que fazer naquele lugar, que aquele lugar não tem mais nada a lhe acrescentar, quando você tem a sensação de que eles não fazem nada certo lá. E já que você chegou a essa conclusão é porque já está na hora de voltar pra casa, pelo menos é isso que você vai concluir.

Uma coisa que funciona muito bem nesta fase, do homesick aos 2 meses de programa, é você se escutar, isso mesmo. É você fazer uma balanço das coisas até aqui, você pode pegar um papel e faz um paralelo sobre estes dois meses de intercâmbio:
a) o que você fez, o que aconteceu, o que mudou, quantas pessoas você conheceu, a quantos lugares você foi, quantos medos seus você já enfrentou, enfim, o que você fez nesses dois meses.

b) por outro lado, se você estivesse aqui, na sua terra natal, nesses dois meses, o que você teria feito?

O segundo paralelo é o daqui pra frente:

a) o que ainda dá pra eu fazer, o que ainda esse intercâmbio tem a acrescentar na minha vida, quantas pessoas posso conhecer, que diferença isso vai fazer na minha vida, que diferença eu vou fazer na vida dessas pessoas e desse lugar se eu continuar aqui.

b) e o que eu faria de agora em diante, nos próximos meses se eu voltasse ao Brasil.

Normalmente, depois de fazer esse paralelo, você se convence de que, essa fase de homesick vai passar e você vai continuar no intercâmbio, que é só uma fase e fases passam, sempre passam.

Então, sabemos que saudade é uma coisa que você vai ter que lidar o intercâmbio todo, vamos entrar num assunto polêmico que é o contato muito frequente com família, amigos, namorada(o), e etc. O mundo está aí, na palma da sua mão via celular com a internet e as redes sociais. Mas, se você fizer bom uso desta tecnologia a seu favor: pra matar a saudade e só, tudo bem. Olhar de vez em quando, dar um oi, postar suas fotos e compartilhar com todo mundo a sua jornada, matar saudades, ouvir músicas e se fizer o uso consciente, isso não trará nenhum prejuízo ao seu programa.

O ideal mesmo é tentar se desligar ao máximo e quanto mais contatado você for, quanto mais contato tiver, pior pra você que está no programa lidando com toda essa novidade e adaptação.

Após os dois primeiros meses, você começa a perceber que entende melhor aquele povo, que na escola as coisas melhoraram, que já conquistou a amizade de pessoas e consegue fazer amigos, que já consegue se comunicar melhor e aí você vai achar mais fácil, vai se sentir mais forte para enfrentar os outros meses.

O começo pode ser o momento mais difícil e, nos outros meses, depois de ter atravessado esta fase mais difícil, você vai aproveitar tudo que conquistou. Mas é importante lembrar que você terá dias monótonos e datas que você vai lembrar e que poderão te deixar triste, como Natal, aniversários…

Para limitar ao máximo possível os efeitos da saudade, você deve se manter ocupado e se envolver em atividadescoletivas como esportes, visitas, jogos, lições de casa, igreja, trabalhos voluntários, programas com os novos amigos, ou academia.

Isto manterá sua mente ocupada e você esquecerá que seus pais ou pessoas queridas estão longe ou que tudo está diferente no seu país hospedeiro. É importante perceber que o que está acontecendo com você é comum para pessoas em novos ambientes.
O mais importante é fazer algo para ajudar a aliviar essas emoções.

FASE DO HÓSPEDE – No 7º. ou 8º. mês é aquela fase em que a maioria dos intercambiários, sem perceber, transforma a família hospedeira em hotel.

Nesta fase, o intercambiário está tão envolvido com amigos, esportes, escola, comunidade que quando aparece na família, apenas toma banho, janta, troca de roupa e dorme e a família hospedeira, ressentida, passa a reclamar dessa atitude, o estudante de intercâmbio, não compreende e passa a comparar com a família brasileira.

Envolva sua família hospedeira em tudo o que for fazer e participe da vida deles, independentemente de ter amigos e de ter muita coisa pra fazer.

Isso é essencialmente importante.

FASE DO É HORA DE DAR TCHAU – O finalzinho do intercâmbio.

Para alguns estudantes esse momento chega carregado de alivio por ter cumprido o programa e poder voltar para casa, para outros estudantes esse momento é desesperador!
Começa então o nervosismo do retorno, você sabe que as coisas não serão as mesmas quando voltar para casa no Brasil e você sabe que sentirá falta dos seus amigos do intercâmbio e família hospedeira e lidar com isso é algo que você prefere evitar.

FASE: SÍNDROME DO RETORNO – O seu intercâmbio está chegando ao fim e você começa a pensar e a sentir um pouco de tudo.

Sente-se triste em deixar pra trás tudo aquilo que conquistou por você mesmo, sem saber quando vai rever aquelas pessoas que te trataram tão bem, sem nem saber direito de onde você tinha vindo; e você se tornou importante na vida delas também. Complicado imaginar de agora em diante, as ao mesmo tempo sente alegria porque vai rever quem deixou aqui no Brasil esperando a sua volta.

Você vai chorar mais na despedida do intercâmbio do que quando partiu para aquele lugar e deixou todo mundo aqui no Brasil.

Já aqui de volta, você tem muita história para contar, mas nem todo mundo tem tempo e paciência em ouvir. Passado alguns dias, você continua querendo contar tudo o que te aconteceu, mas as pessoas não passaram pela experiência e seguiram sua vida normalmente.

E você fica “perdidinho”: você começa a achar que a vida no intercâmbio era perfeita e que você jamais deveria ter voltado para o seu país de origem. Você começa a querer ter a vida que tinha no intercâmbio, aqui no Brasil, de volta.

O importante é você saber que o seu intercâmbio será de fases e fase passa.
Aproveite cada uma delas porque são elas que construirão a sua experiência e através delas você conseguirá ser e o que você sempre quis: a melhor versão de você mesmo.

Texto: Perpétua Devite
Diretora da FYI Intercâmbio

Imagem: pixabay

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