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RECORDE EM TEMPOS DE PANDEMIA

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RECORDE EM TEMPOS DE PANDEMIA

Os investidores estrangeiros trouxeram R$33,3 bilhões para a bolsa brasileira em novembro, o maior valor mensal da história. A forte entrada de recursos acompanhou a melhora do cenário internacional, com a definição da eleição nos Estados Unidos e os avanços das vacinas contra o coronavírus aumentando o apetite por risco.

Assim, os investidores internacionais ajustaram suas carteiras e aumentaram a parcela de papéis de setores mais ligados a commodities e atividade e também mercados emergentes, incluindo o Brasil.

A grande liquidez internacional, proporcionada pelas injeções de recursos dos bancos centrais e dos governos, também ampliou o volume de recursos para a bolsa brasileira. Os saldos de estrangeiros foram positivos em 19 dos 20 pregões do mês passado, chegando ao recorde diário de R$4,968 bilhões no dia 10 de novembro.

O aumento das compras de estrangeiros reflete também um ajuste depois das fortes saídas do ano, que chegaram a R$68 bilhões até julho, considerando as aquisições de ações em aberturas de capital, os IPOs. Novembro foi o quarto mês de saldo positivo dos estrangeiros, que ainda acumulam uma saída líquida de R$31,951 bilhões.

Estrangeiros puxam alta no Ibovespa

O movimento de novembro fez também a participação dos estrangeiros no volume negociado subir para 48,8% no mês, maior nível do ano. Ou seja, de cada R$100,00 compras e vendidos em ações na bolsa brasileira, R$48,80 eram de estrangeiros.

As pessoas físicas responderam por 21,0% do volume e os investidores institucionais, como fundos de pensão e de investimentos, com 25,5%.

O aumento do apetite dos estrangeiros impulsionou também o Ibovespa, que fechou novembro em alta de 15,90%, a maior desde março de 2016. Em dólares, o ganho foi ainda maior, 25,47%, uma vez que a moeda americana recuou 7% em novembro, aumentando o retorno dos investidores externos.

O impacto dos estrangeiros aparece também no volume negociado no mercado em novembro, que atingiu a média de R$35,5 bilhões por dia, o maior da história. Com isso, a média do ano subiu para R$29,5 bilhões por dia, 71,7% superior à do ano passado e batendo recorde.

Os dois lados dos investimentos estrangeiros

A forte participação de estrangeiros no mercado brasileiro tem o inconveniente de aumentar a exposição das ações locais aos humores dos investidores globais. A grande liquidez local também favorece as oscilações, já que o país é visto como opção quando os investidores internacionais precisam vender logo seus ativos diante de mudanças de cenário.

Ao mesmo tempo, os estrangeiros ajudam a ajustar os preços dos papéis brasileiros e aumentam a liquidez também para os investidores locais, além de ampliarem a oferta de recursos para financiar as empresas brasileiras.

Texto: Angelo Pavini
Edição: Letícia Matsuura

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