David Copperfield é uma verdadeira jornada do herói, contada em primeira pessoa e tida como sendo a estória mais autobiográfica do autor. Fatos da própria vida de Charles Dickens são facilmente encontrados neste fabuloso romance, mas nem sempre são fatos ocorridos com o protagonista.
Portanto, eu o considero um livro semi-autobiográfico do autor ou autobiográfico, mas não do autor, e sim do personagem central que dá nome à obra.
Este clássico inglês se divide em 3 partes relacionadas com a vida do personagem central. Acompanhamos sua trágica infância, sua juventude repleta de dilemas e sua vida adulta cheia de perdas e ganhos.
Milhões de personagens e subtramas aparecem e muitas vezes Copperfield deixa de ser o protagonista e passa a ser apenas o narrador de determinados acontecimentos protagonizados por outros personagens tidos como coadjuvantes.
Os personagens são complexos e a relação entre os mesmos é desenvolvida de maneira excepcional. As várias camadas da psique humana vão sendo destrinchadas pelo autor conforme ele vai nos apresentado personagens com personalidades questionáveis e muitas vezes excêntricas.
Ele nos mostra o quanto o ser-humano pode ser cruel e ambicioso ao ponto de passar a perna nos outros, se aproveitando da inocência e da vulnerabilidade emocional de alguém. Mas ele também demonstra que o mundo dá voltas e que famigerada estrada da vida não é um parque de diversões.
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