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Boris Johnson deu uma reviravolta extraordinária no sábado, ao revelar novas medidas de bloqueio nacional de um mês em toda a Inglaterra, em meio a acusações de que a indecisão e o atraso do governo custarão vidas e meios de subsistência em todo o país.

Com avisos imediatos sobre as graves consequências econômicas e uma reação crescente entre os parlamentares conservadores, o primeiro-ministro anunciou que uma série de medidas entraria em vigor na quinta-feira para combater o crescimento das infecções por Covid. Eles permanecerão no local até 2 de dezembro.

Sob as novas medidas, lojas e locais não essenciais, bem como pubs e restaurantes, serão encerrados. Escolas, faculdades e universidades permanecerão abertas. O público será instruído a sair de casa apenas por motivos específicos, como trabalhar se não puder trabalhar em casa, comprar alimentos e itens essenciais, fazer exercícios, ir ao médico ou cuidar de pessoas vulneráveis.

Os vulneráveis ​​e os maiores de 60 anos estão sendo aconselhados a ter um cuidado especial e minimizar seus contatos sociais, mas não haverá retorno de um pedido formal de proteção. Membros do governo disseram que as medidas “limitadas no tempo” veriam um retorno a uma abordagem regionalizada.

Em outra grande reversão, o esquema de licença original sob o qual o estado pagava 80% dos salários dos trabalhadores será estendido para a duração do novo bloqueio. Os ministros vinham resistindo a uma extensão do esquema. A ação irritou os líderes regionais que vinham implorando por apoio extra por semanas. Mark Drakeford, o primeiro ministro galês, disse que o Tesouro se recusou a estender a licença quando o bloqueio “quebra-fogo” no País de Gales começou.

Numa conferência de imprensa, o primeiro-ministro disse que tinha decidido reimpor um bloqueio nacional porque “poderíamos ver várias mortes a milhares por dia”. O vírus, disse ele, “está se espalhando ainda mais rápido do que o pior cenário possível de nossos consultores científicos”. Ele acrescentou: “O risco é que, pela primeira vez em nossas vidas, o NHS não esteja lá para nós e para nossas famílias.”

Seu principal conselheiro científico, Patrick Vallance, disse que os dados pintam “um quadro muito sombrio”. As mortes durante o inverno, advertiu ele, podem ser “duas vezes mais graves ou mais do que a primeira onda”.

O Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências (Sage) do governo pediu um “curto período de bloqueio” cinco semanas e meia atrás, mas foi rejeitado. Nesse estágio, o Reino Unido tinha em média 4.964 novos casos por dia, com 1.502 pacientes com Covid hospitalizados e 28 mortes. Ontem, havia mais 21.915 casos em todo o Reino Unido, mais de 10.000 pacientes Covid no hospital e 326 mortes.

Fonte: The Guardian