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OS ESPAÇOS INTERDITADOS PARA O CINEMA FEITO NO BRASIL

Espaços interditados para o cinema feito no Brasil

Grosso modo, são três os processos básicos convencionados para que um filme se complete. A produção, que engloba toda a realização da obra, começa pelo pensamento, seguido pelo desenvolvimento ou não de um roteiro até o momento da montagem final, o que torna a obra pronta.

O segundo processo é a distribuição, ou seja, as decisões que estabelecem quais serão os caminhos a seguir para que as pessoas possam ter acesso a obra. Finalmente, o terceiro processo é a exibição ou o local onde a obra é apresentada, exposta, exibida para o público.

Funciona de maneira semelhante a uma mercadoria ou produto que se destina ao mercado consumidor. Embora seja uma obra artística, é tratada dessa forma.Tudo está interligado, e por convenções, ao longo da história, é comum ter que pensar na exibição antes de surgir o pensamento.

Ao analisar a última etapa do processo, a exibição, constata-se que o tal do mercado de cinema, até antes do início da pandemia, era invadido por 80% ou até mais por obras não nacionais, impedindo que uma esmagadora maioria do que é produzido aqui fosse visto em nossas salas.

É possível ser abençoado pela mídia dominante, que vai garantir a entrada do filme no mercado, porém terá que se sujeitar a muitas regras, aquela coisa de “vender a alma”. É até possível inventar outros caminhos como as salas alternativas, os cineclubes, os festivais, o muro branco de casa ou a rede social, mas sem remuneração.

Não mencionei as TVs porque, nesse caso, apenas 2% de tudo que exibem deve ser obrigatoriamente de conteúdo nacional. Uma vergonha.

Parece lógico que a maioria fique de fora do “mercado”. Porém, o cineasta, apaixonado, quer fazer o filme mesmo assim, afinal, é seu ofício, aquilo que estudou ou desejou para sua vida, já que existe a paixão, o talento, a vocação, o desejo de se expressar por meio da arte cinematográfica além de ser também seu meio de viver.

Surgem então os incentivos do governo para possibilitar que este verdadeiro cineasta consiga realizar seu ofício. Porém, o governo cria muitas regras para o acesso, regras que não se relacionam com a obra, esta parece ter pouca importância.

O importante pra eles é que o cineasta acumule pontos e prêmios, que pertença a uma empresa totalmente ativa, com funcionários para ajudar a preencher a imensa quantidade de formulários que eles solicitam, com todas as contas em dia, tudo certinho, porque no governo é assim, tudo certinho.

Um pequeno porém, são poucos editais, são muitas as produtoras e são muitos os cineastas. Para solucionar o problema, chamam pessoas para decidir quem entra e quem sai.

Ao cineasta sobra então a opção de ter nascido rico e poder bancar seu trabalho, gastar tudo que tem para conseguir trabalhar, ou pedir para quem puder ajudar. Voltemos então para o início de todo o processo: onde ele ficou nisso tudo? Era o que mesmo?

Puxa, era um pensamento!

Texto: Renata Saraceni (Cineasta e Produtora)

Agência Difusão

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