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A polícia grega deteve um proeminente diretor de teatro sob a acusação de estupro, o mais recente movimento em um escândalo “MeToo” que está sacudindo o estabelecimento artístico do país.

Dimitris Lignadis, o ex-diretor artístico do Teatro Nacional da Grécia, que renunciou este mês após acusações de assédio, entregou-se à polícia no sábado depois que um promotor emitiu um mandado de prisão.

A TV grega mostrou Lignadis, algemado, sendo levado perante um magistrado no domingo. Ele será detido até seu apelo na quarta-feira, disse a polícia. Seu advogado disse que nega as acusações.

O mandado de prisão veio depois que dois processos foram movidos contra ele por dois homens, alegando que foram estuprados por ele em uma idade muito mais jovem. Um dos dois processos está dentro do prazo de prescrição.

O caso se espalhou rapidamente para a política, com os partidos da oposição acusando o governo e seu ministro da Cultura de uma tentativa fracassada de encobrir e pedindo sua renúncia.

Na sexta-feira, a ministra da Cultura, Lina Mendoni, cujo ministério supervisiona o Teatro Nacional, disse aos jornalistas que Lignadis a havia enganado, chamando-o de “homem perigoso”.

“Desde o momento em que os boatos começaram … nós o pressionamos muito para nos dizer se ele tinha algum envolvimento”, disse Mendoni. “Acho que Lignadis, além de tudo, nos enganou.”

As revelações do #MeToo na Grécia dispararam quando Sofia Bekatorou, uma medalhista de ouro da vela grega nas Olimpíadas de 2004, falou no mês passado sobre ter sido agredida sexualmente por um oficial de esportes quando tinha 21 anos.

Seu relato – e a manifestação de apoio que ele provocou – levou dezenas de atores, cantores, atletas e estudantes a se apresentarem no atrasado momento MeToo da Grécia, sacudindo o estabelecimento das artes e aumentando a pressão por mudanças.

Fonte: The Guardian
Imagem: Orestis Panagiotou/EPA