Comer, rezar e tomar o avião….
Não necessariamente nesta ordem….
Você planejou o seu intercâmbio e agora chegou o dia do seu embarque.
O que isso significa? Significada que tudo que lhe é familiar será “tirado”:
Ficará para trás:
– o seu quarto, suas coisas, sua casa;
– os seus pais, sua família;
– sua escola, seu trabalho;
– os seus amigos/colegas de escola,
– os lugares que você costuma frequentar, a comida que você come, o clima, a língua que você fala;
– o seu cachorro, namorado(a), os outros jogadores do time, etc
Tudo isso e mais algumas coisas ficarão no Brasil.
Aí você toma um avião e o simples fato de tomar o avião, vira sua vida do avesso. Você então desembarca no país do intercâmbio:
– é outra cidade;
– é outra família, com hábitos diferentes, com outra maneira de educar os filhos, você chega nesta nova família sem saber do passado deles e o que é ou não importante para eles e vai ter que descobrir;
– é outra escola, as aulas são em outra língua e você tem que tirar notas;
– você não tem amigo algum e, se quiser, vai ter que fazer. E para fazer amigos precisa ser simpático, sorrir, ser cara de pau e esquecer que você era um tímido no Brasil;
– é outro cachorro, que não te conhece e vai rosnar pra você;
– é outro clima, outro fuso horário e dependendo do lugar, por conta da gravidade, até a água gira ao contrário.
– é outro país, são outras leis.
Vai ter dificuldades nesta nova situação?
Óbvio que vai.
Quais dificuldades?
Todas.
Mas por que?
O que embarcou com você foram os seus pilares de sustentação somente: dignidade, honestidade, sua essência e tudo isso não muda de cultura para cultura.
Todo o restante mudou. Aquilo que lhe era familiar foi substituído. E você vai passar a pensar para fazer coisas simples, que antes fazia de forma “automática” como, por exemplo:
– no primeiro dia na nova casa, alguém te chama pra tomar o café da manhã e você vai se ver se perguntando … “_ será que apareço na cozinha de pijama ou coloco outra roupa?”. Aqui você não tinha que se questionar sobre isso, mas lá terá.
“_ e esse cachorro fica me olhando e não obedece. Será que tem que falar em inglês com ele. Acho que ele só escuta inglês desde que nasceu…”
São exemplos bem simples para você entender que absolutamente tudo o que for fazer, vai precisar parar para pensar. E vai perceber que existem muitas maneiras de fazer a mesma coisa.
Aos poucos, as decisões a serem tomadas vão mudando e você vai aprendendo a tomar decisões por você e a lidar com as consequências delas. E vai se conhecer melhor e descobrirá talentos e qualidades que não sabia que tinha.
Sentir medo e frio na barriga é normal, natural para alguém nesta situação. Mas é enfrentando o medo que nos tornamos corajoso. Não nascemos corajosos, nos tornamos.
E como você sabe se você está pronto ou não para um intercâmbio?
A pergunta que você tem que responder é: você está disposto a enfrentar tudo isso acima? Se sim, pode ir.
Reescreva-se
Republique-se
Reinvente-se
E transforme-se na melhor edição de você mesmo.
“Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro ou para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma… então a verdade não lhe será negada.”
Elizabeth Gilbert, em Comer, Rezar e Amar
Texto: Perpétua Devite
Diretora da FYI – Agência de Intercâmbio
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